Angola reforça capacitação em Atenção Integrada as Doenças da Infância
Luanda, Angola, 04 de Julho de 2023 – Apesar dos esforços significativos que têm sido realizados para a melhoria da saúde infantil, dados do IIMS/2016 mostram que em Angola, 44 em cada 1000 crianças continuam a perder a vida antes do quinto aniversário, devido a doenças comuns da infância, tais como a malária, doenças diarreicas com desidratação severa, malnutrição grave e pneumonia, bem como as complicações decorrentes dos nascimentos prematuros, designadamente o baixo peso ao nascer, doença da membrana hialina, infecções neonatais e asfixia.
Por isso, o Ministério da Saúde com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) está a desenvolver uma Formação de Formadores para técnicos de saúde de nível central, provincial e municipal das áreas de saúde da mulher, infantil, comunitária, nutrição e promoção da saúde, na expectativa de melhorar a qualidade dos serviços prestados e diminuir a mortalidade infantil, especificamente a neonatal que se encontra acima de 24/1000 nascidos vivos (27/1000 em 2021), muito acima do preconizado para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estimado em menos de 12 à 24/1000 nascidos vivos.
Segundo a Oficial de Saúde Sexual e Reprodutiva, Materno-Infantil e do Adolescente da OMS em Angola, Dra. Natercia de Almeida, esta formação faz parte das actividades prioritárias do Biénio 2023-2024, definidas pelo Ministério da Saúde de Angola e a OMS. Acrescentando que, “a formação continuará em cascata para o resto do país, dado a necessidade urgente de capacitar os técnicos do nível primário que atendem a população infantil e actualizar os conhecimentos com base nas normas e directrizes da OMS, recentemente publicadas”.
“Reforçando a capacidade e habilidade dos técnicos de saúde, podemos garantir a melhoria dos cuidados e atendimento da população e por conseguinte, a melhoria dos indicadores infantis como o estado nutricional; o cumprimento do calendário vacinal; detenção de riscos de saúde e a transferência precoce quando em presença de sinais de perigo”.
A Atenção Integrada às Doenças da Infância (AIDI), é uma abordagem integrada à sobrevivência, crescimento e desenvolvimento das crianças, que tem como objectivo reduzir a mortalidade em crianças menores de 5 anos, com dados de sua utilidade baseados na melhor evidência disponível. Esta abordagem foi concebida pela OMS e o UNICEF em 1999, para reduzir a morbimortalidade infantil nos países em desenvolvimento com carência de recursos humanos especializados.
Dados das avaliações feitas pela OMS sobre a implementação correcta da estratégia de Atenção Integrada às Doenças da Infância nos países em desenvolvimento, revelam grandes benefícios de sua expansão, através da formação de técnicos com o auxílio de algoritmos e manuais para a deteção, classificação, e transferência das crianças com suspeita e com sintomas de doenças, assim como o seguimento daquelas sem riscos em consultas de puericultura, de forma a monitorar o seu desenvolvimento normal.
Em Angola, a AIDI foi implementada pela primeira vez no início dos anos 90 e está estructurada de acordo com três componentes recomendados pela OMS, nomeadamente melhorar as competências dos profissionais de saúde, melhorar a prestação de serviço do sistema de saúde e melhorar as práticas das famílias e da comunidade.